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Workshop PAE: resultados e experiências de ensino-aprendizagem

Alunos de pós-graduação da USP podem aperfeiçoar a sua formação para exercer atividade didática na graduação, através do Programa de Aperfeiçoamento de Ensino (PAE), criado pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação da USP. A participação é opcional para a maioria dos alunos, mas é etapa obrigatória para os bolsistas da CAPES.

Desde o início da pandemia, o evento semestral acontece on-line. Fotos: Sandra Zambon e Pixabay, com adaptação de Comunicação IQSC

Os pós-graduandos cursam uma disciplina semestral de preparação pedagógica e no semestre seguinte aplicam esses conhecimentos desenvolvendo projeto, sob supervisão docente, junto a uma disciplina de graduação oferecida pela unidade. Todo o processo é avaliado por uma Comissão.

Semestralmente o Instituto de Química de São Carlos (IQSC) amplia essa experiência realizando um Workshop P.A.E. onde os alunos expõem, em forma de pôster, o trabalho realizado e discutem os resultados com uma comissão avaliadora, docentes, estagiários PAE e demais interessados. A pandemia trouxe a necessidade de adaptação e o evento tem sido realizado de forma virtual.

A próxima edição acontece no dia 27 de agosto, a partir das 14 horas. São três salas de apresentação/discussão simultâneas. Interessados em participar devem solicitar o link de transmissão enviando e-mail para pae@iqsc.usp.br.

O link para assistir à transmissão deve ser solicitado através do e-mail pae@iqsc.usp.br

A média final do aluno é composta pela nota atribuída pelos avaliadores e o resultado da votação realizada pelos estagiários do programa. Os que obtiverem as maiores notas finais recebem “Menção Honrosa”.

Aprendizado e experiências geradas com o P.A.E.

A última edição do Workshop ocorreu em março de 2021. Os três alunos que receberam a Menção Honrosa nos contam suas experiências e o que o estágio acrescentou na sua formação.

Entrevista com Caroline Ceribeli

Projeto: “Um pôster sobre poster?”

Resumidamente, no que consistiu o seu trabalho?
O trabalho desenvolvido durante o estágio PAE consistiu em realizar com os alunos oficinas de confecção de pôsteres científicos.

A proposta de estágio PAE foi concebida baseada na importância do desenvolvimento das habilidades de expressão e comunicação em linguagem científica por parte dos alunos. Considerando o meio acadêmico, atividades que auxiliem na elaboração e aperfeiçoamento destas capacidades são cruciais, contribuindo positivamente com o processo de ensino-aprendizagem e a formação dos alunos.

Basicamente, o trabalho se dividiu em algumas etapas, que podem ser resumidas em 3 partes: uma delas foi a entrega de artigos pré-selecionados aos alunos, para que realizassem a leitura e o estudo dos mesmos; a segunda, consistiu no fornecimento de oficinas e monitorias regulares para uma análise aprofundada dos artigos segundo o ponto de vista técnico e científico, discussões sobre dúvidas, além do desenvolvimento, junto aos alunos, de todos os conhecimentos necessários para a confecção dos pôsteres (escrita, conceitos técnicos, estéticos, etc); e, por fim, a terceira etapa, em que os alunos, em grupos, aplicaram os conhecimentos trabalhados nas oficinas e monitorias e confeccionaram os pôsteres sobre os artigos científicos supracitados. Nesta última etapa, além de elaborarem um material impresso, os mesmos realizaram também a sua apresentação oral, pelo que foram avaliados.

Você é/foi bolsista CAPES? Se não, porque decidiu participar do programa?
Sou bolsista Capes. No entanto, visualizo o estágio PAE não como uma obrigação, mas como uma boa oportunidade de aperfeiçoar as minhas habilidades e competências no âmbito didático e pedagógico, enquanto futura docente. O estágio é uma boa experiência, uma maneira de visualizar como é a dinâmica de trabalho de um professor na universidade.

O que o Programa acrescentou na sua formação?
Acredito que o estágio PAE é de grande valia para os alunos, que conseguem ter um acompanhamento e aproveitamento mais efetivo no decorrer de uma dada disciplina. Concomitantemente, para mim, o estágio auxiliou muito tanto minha formação profissional, como minha formação como cidadã. Cabe ressaltar que, o estágio foi supervisionado pela professora doutora Salete Linhares Queiroz, a quem muito devo, desde o meu período de graduação na USP.

 

Entrevista com Chubraider Xavier

Projeto: “Emprego de estudos de caso e gamificação na aprendizagem colaborativa em Ciclos Biogeoquímicos”

Resumidamente, no que consistiu o seu trabalho?
O objetivo do trabalho foi empregar a gamificação e a resolução de estudos de casos para ampliar a aprendizagem significativa, ambas em um contexto de aprendizagem colaborativa, e proporcionar atividades avaliativas contínuas ao longo da disciplina. A gamificação ocorria a partir de metas de desempenho via aplicação de quizzes, periodicamente ministrados em períodos extraclasse, por meio da Plataforma gratuita Socrative?. Para evitar a competição e individualismo excessivos, a aprendizagem colaborativa foi aplicada: os estudantes se organizaram em grupos para estudar conjuntamente e se ajudarem na resolução das atividades, e se todos os membros do grupo atingissem rendimentos superiores a meta, e a mantivessem ao longo do curso, uma bonificação de média era dada como recompensa. Esses mesmos grupos atuavam com estudos de caso baseados em trabalhos de simulação, a partir de um programa em fase de publicação (BCS freeware) desenvolvido no Laboratório de Desenvolvimento de Tecnologias Ambientais/IQSC/USP por um outro doutorando desse mesmo grupo.

Dessa forma, ao longo da disciplina o docente tinha à disposição atividades que permitiam determinar a evolução dos estudantes e ao mesmo tempo promover a aprendizagem e aprimoramento de competências tanto químicas como também interpessoais (relacionadas tanto a trabalhar em grupo como tomar decisões e gerir conflitos).

Você é/foi bolsista CAPES? Se não, porque decidiu participar do programa?
Não, eu sou bolsista do CNPq, mas quis participar do programa porque ele é muito relevante no desenvolvimento de competências associadas ao ensino, algo não necessariamente explorado em outras atividades de um programa de pós-graduação e que, no entanto, são essenciais para diversas atividades profissionais que um pós-graduado possa vir a se envolver. Além disso, o programa auxilia ao pós-graduando a identificar se tem ou não afinidade com as práticas de ensino, ajudando a definir seus interesses profissionais.

O que o Programa acrescentou na sua formação?
Participar do programa PAE propiciou uma visão mais madura sobre o conteúdo das disciplinas, e como me expressar com mais clareza. Também levou ao desenvolvimento de posturas positivas e proativas, necessárias às atividades desenvolvidas em sala de aula, além de ter sido um primeiro contato com as práticas docentes.

Outro ganho é a capacitação mais abrangente do pós-graduado, algo que colabora, por exemplo, em provas didáticas para contratação de professores. O programa também demanda leituras e contribuí na formação pedagógica, promovendo aprendizagem em temas não necessariamente ligados à Dissertação ou Tese.

A experiência no programa PAE é enriquecedora tanto na formação pessoal quanto profissional. O uso de novas abordagens e estratégias de ensino permitem ao pós-graduando se aprimorar para a prática docente, bem como desenvolver trabalhos que podem inclusive gerar publicações. Mesmo participando mais de uma vez, o ganho é sempre contínuo, dada a exposição a novos desafios e experiências.

 

Entrevista com Nathalia Oezau Gomes

Projeto: “Aplicação de um estudo de caso na disciplina de “Processos Industriais Inorgânicos e Orgânicos””

Resumidamente, no que consistiu seu trabalho?
No projeto desenvolvido durante o estágio PAE na disciplina de “Processos Industriais Inorgânicos e Orgânicos” foi utilizada como estratégia pedagógica a aplicação de um estudo de caso no qual são empregadas narrativas que tem como objetivo aproximar o aluno da realidade dos personagens e da investigação científica. Na disciplina de processos industriais os alunos se depararam com a morte dos peixes do rio da cidade fictícia de “Monte Baixo”. Nesta proposta foi possível que os alunos associassem o impacto do setor industrial no meio ambiente, assimilando assim os conceitos adquiridos durante a disciplina para a resolução do caso e orientação da população partir de uma carta.

Você é/foi bolsista CAPES? Se não, porque decidiu participar do programa?
Não sou, fui bolsista CAPES. A iniciativa de participar do estágio PAE surgiu porque sei da importância do mesmo em minha formação, principalmente no sentido de me aproximar dos alunos e na criação de novas estratégias para melhor transmitir o conhecimento.

O que o PAE acrescentou na sua formação?
Acredito que participar do PAE foi de suma importância para minha formação, especialmente neste contexto de pandemia de COVID 19 no qual todos os dias precisamos criar novas estratégias de aprendizado. No meu caso desde o início tive que planejar uma atividade que fosse possível ser feita de forma totalmente remota, mas mesmo assim durante o processo de aplicação da atividade foi necessário adequá-la ao contexto da disciplina e aos alunos. Então participar do PAE me ajudou a criar novas estratégias de transmitir o conhecimento, trabalhar de forma remota, organização e colocar em prática um pouco do que venho aprendendo aqui na USP.

Aconselho os alunos de pós-graduação do IQSC a fazerem o estágio PAE, pois o mesmo nos traz uma nova perspectiva da pós-graduação que é um pouco diferente daquela que temos em nosso dia-a-dia atuando nos laboratórios de pesquisa.

Por Sandra Zambon/Assessoria de Comunicação IQSC
comunicacao@iqsc.usp.br

Notícia cadastrada por Sandra Zambon
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